Qual é o seu papel no livro da sua vida?

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A vida é um grande livro que estamos escrevendo – até mesmo porque se a nossa história não está sendo escrita por nós é porque provavelmente estamos fazendo uma participação (quase nunca especial) nos livros dos outros.

E ter que constatar isso dói.

Dói, mas o pior é que não fazemos nada.

Ou melhor, vai, até tentamos fazer, né?

Tal como os novos Indiana Jones da era digital, rolamos o feed pela internet afora estrelando a nova versão de “Os caçadores do insight perdido”.

E, de chicote em punho no pensamento, entre a fúria e apatia, não é que ele (sempre) costuma aparecer?

– ASSUMA O PROTAGONISMO DA SUA VIDA! – gritará em dois segundos um dos milhões de “coaches de instagram” da vida, em cima de um carro de última geração e/ou num cenário paradisíaco qualquer.

– Ah, mas na minha vida já mandou eu – retrucará o bravo Indiana, rolando o coach para escanteio, com um orgulho mentiroso de alguém que sabe que não consegue influenciar nem as pessoas que convivem com ele na mesma casa.

Incluindo ele, obviamente.

Jogará, então, o celular para escanteio, talvez beba e/ou vá passear com o cachorro para esquecer, e depois vai dormir porque amanhã será um dia cheio para novas aventuras.

Tipo estas:

E vida que segue, dentro daquele clássico círculo vicioso em que o tempo passa e nada acontece.

Talvez com uma parcela de culpa na semprerização que comentamos no último artigo – A semprerização que emperra a nossa vida – e que, diga-se de passagem, quebrou todos os (meus) recordes de audiência por aqui.

A dúvida nunca é se queremos fazer algo que de fato faça sentido, mas sim se esta decisão será “para sempre”.

E como ninguém tem bola de cristal para adivinhar o futuro, os pés e a cabeça continuam bem amarrados ao presente – que muitas vezes, inclusive, é amargo ou de gosto duvidoso, “mas é que o há para hoje porque preciso me virar”.

E para amanhã também, né?

Pois é.

Outra parcela talvez seja porque se cansou ou acha que não vale mais à pena sonhar.

– Afinal, para que sonhar se o mundo é mau e a realidade é uma máquina de moer gente? – costuma perguntar com ar de superioridade naquelas rodas de conversas com os amigos (?) no bar da esquina.

E aí é que está.

Justamente porque o mundo é mau e a realidade é implacável, cruel e miserável, mas a vida – ah, a vida! – ela continua sendo bela.

E, quem discorda dela, ou se recusa ou ainda não aprendeu a viver.

Afinal, são os sonhos que nos impulsionam para tentar escrever os próximos capítulos desta grande biografia que é a nossa vida, enquanto finalizamos mais uma página (bonita ou feia) – dia após dia.

Quando alguém lê que o Stephen King, por exemplo, antes de ser O STEPHEN KING, trabalhou em vários empregos do qual não tinha nenhum orgulho (às vezes dois por dia), com filhos pequenos em casa, e ainda assim com a cabeça a mil sentava a bunda na cadeira noites e noites adentro para datilografar seus contos e livros, essa pessoa se arrepia toda e solta um “PQP!”.

– Ele era foda, né?

Pois é, mas e você também não é?

Tenho certeza que ao olhar para as páginas da sua biografia que já foram escritas, há vários capítulos do qual se orgulha e que te fazem abrir um largo sorriso, com muitas conquistas pessoais e/ou materiais, além de outros tantos níveis atingidos e superados.

Também encontrará capítulos ora (muito) tristes, ora (muito) felizes, repletos de eventos dos quais até hoje você faz e também não faz ideia de como conseguiu superá-los ou até mesmo perdê-los.

E também encontrará alguns capítulos incompletos, que ficaram no rascunho ou que foram abandonados, rasurados até dizer chega com tantas mágoas e arrependimentos, e que talvez tivessem dado um rumo diferente para a sua história.

Para melhor ou pior, nunca saberemos.

O que sabemos é que quando deixamos de sonhar estamos abrindo mão de tentar escrever de forma criativa os capítulos que gostaríamos de viver.

Estamos abrindo mão dos capítulos que fazem sentido – e que certamente nos fariam (muito) felizes se conseguirmos transformá-los em realidade – para seguir no piloto automático, preenchendo páginas e mais páginas que mais parecem formulários burocráticos de cartório.

E acho que ainda é cedo demais para nos conformarmos que os próximos capítulos sejam todos preenchidos desta forma.

Afinal, de que adiantará ter escrito 28.124 páginas – de acordo com a expectativa média de vida no Brasil (77 anos) – se muito mais do que a metade delas nem você mesmo irá querer ler?

Obs. Foto que ilustra o artigo: Steven Houston + Balões: Al Soot + Aventuras: ?!?!?

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Por falar em livros, já estamos na reta final do meu próximo livro.

Para quem chegou agora, ele será sobre como quebrar o círculo vicioso da inércia e construir círculos virtuosos para transformar as ideias em realidade através do tripé: inspiração + criatividade + atitude.

Tudo já está devidamente revisado, registrado, formatado e orçado, faltando agora apenas a finalização da capa, que ainda está nos quebrando um pouco a cabeça, mas em mais alguns dias este bebezinho já estará indo para a gráfica.

A ilustração acima, inclusive, que você está vendo em primeira mão é uma das dezenas que o Maicon Moura fez, que começa a revelar sem revelar ainda muita coisa, mas para quem me acompanha há mais tempo (e as pistas que foram soltas), imagino que tenha conseguido captar (quase) tudo.

Se não conseguiu, zero problema, pois essa aventura está apenas começando. 😉

Enfim, após esse artigo e essa atualização, sei que deveria aproveitar o gancho para abrir uma pré-venda, agendar uma (duas ou três) live, dizer o nome do livro, avisar da data de lançamento e afins, mas por mais que eu seja organizado, aqui é a vida como ela é e apenas resolvi antecipar mais essas coisas agora apenas “porque sim”.

Essa história está apenas começando. 😉

(continua…)

Português que nasceu em Moçambique, foi criado no Brasil, empreendeu em Portugal e agora está de volta ao Brasil para continuar ajudando as pessoas a transformarem o conhecimento em um negócio/produto de valor.

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