Os 4 passos para ter cada vez mais tempo

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Por Eduardo M. R. Lopes

Desde que montei os Círculos Virtuosos, a pergunta que mais tenho escutado por aí afora de outras pessoas que também querem montar um blog (ou um canal no youtube, podcast, etc) é: como é que você consegue tempo para escrever e atualizar?

Para começo de conversa, nos aspectos gerais não sou muito diferente da maioria da população que possui um emprego e que se dedica a ele com afinco, e que por isso mesmo já possui todo o tempo do dia comprometido de segunda à sexta. Além disso, tenho uma família linda para cuidar, com uma esposa e uma filha às quais me dedico de corpo e alma quando não estou no trabalho – o que também já tomaria o restante do tempo que sobrou durante a semana, tanto durante o dia antes de ir para o trabalho como à noite quando retorno para casa, e integralmente nos finais de semana. Fora isso, há ainda os cursos para aprimoramento (presenciais ou online) à noite ou em finais de semana, eventos profissionais e outros afins que vamos ajustando na agenda da melhor forma possível. Ou seja, uma vida que em pouco difere da vida da grande maioria (neste mesmo perfil) e com praticamente o mesmo tempo (talvez na média até menos). Mas, afinal de contas, qual é o segredo?

O segredo, que na verdade não é segredo algum, é bem mais simples do que parece e irei resumi-lo em 4 passos, que por enquanto têm me ajudado bastante até aqui. São eles:

1- Definir: o quê de fato você QUER fazer?

Já reparou que as pessoas que mais dizem que estão sem tempo são as que paradoxalmente aparentam possuir mais tempo? E isto é por conta de uma razão muito simples: elas realmente já estão bastante ocupadas fazendo rigorosamente nada. Mas não que fazer nada seja algo ruim, muito pelo contrário, pois é até necessário como forma de aliviar o stress, porém desde que feito “às vezes”. O problema reside justamente no “sempre” fazer nada, pois aí elas estarão presas dentro do círculo vicioso da inércia tal e qual o sapo da panela que já comentamos aqui (clique aqui). Enquanto não conseguirmos definir claramente o quê queremos fazer, que de preferência seja aquilo que nos dê prazer de verdade, acabaremos não fazendo rigorosamente nada e, pior, continuaremos reclamando que não temos tempo para fazer coisa alguma. Quer montar um blog também? Escrever um livro? Montar um canal no Youtube? Mas você quer mesmo DE VERDADE? Então, o primeiro passo já foi dado.

2- Priorizar: transformando o tempo morto em tempo útil

Uma vez que já está definido o que você irá fazer, tudo então começará a girar em torno desta nova prioridade e, aos poucos, você começará a perceber o tanto de “tempo morto” que havia no seu dia e que instantaneamente começará a se converter em tempo útil. Como? Tomemos como exemplo a montagem do blog. Se isto (escrever) deixa-o feliz e você quer realmente colocá-lo no ar, a partir desse momento então sempre que estiver tomando banho será (bem) natural começar a pensar sobre os assuntos que irá escrever e na abordagem que irá fazer. Instinto? Não, prioridade. Aquele outro tempo morto que você gasta para se locomover na ida e volta do trabalho/faculdade para casa através de ônibus, carro ou trem, ali você também continuará pensando no quê escrever e como escrever, e é bom ter sempre algo fácil à mão para tomar nota pois de repente você já estará com algum material (artigo, frase, esboço para desenho) praticamente pronto. Mágica? Não, prioridade. E ainda também aquele tempo morto em que você ou está esperando para ser atendido pelo médico ou está esperando por alguém em algum lugar, e fica navegando aleatoriamente pelo Facebook e pelo Whattsapp, trocando “kkkkkkkks” e postando imagens/vídeos de gosto duvidoso? Pois é, este tempo também poderá ser transformado em tempo útil no qual você começará a utilizá-lo para aprimorar suas pesquisas no desenvolvimento de algum assunto ou então fazer contatos com os outros blogs. Milagre? Não, prioridade.

3- Fazer: a vontade é diretamente proporcional ao tempo

Agora que você mudou o seu mindset e descobriu que é possível converter grande parte deste chamado tempo morto em tempo útil para, no mínimo, começar a estruturar/rascunhar os assuntos do blog deste exemplo, então é hora de literalmente arregaçar as mangas e fazer – e é justamente aqui que encontraremos o grande cemitério dos sonhos & projetos. Afinal de contas, fazer cansa (e muito!) e você têm outras atividades que te consomem a maior parte do tempo. Mas quando finalmente você consegue ter aquele tempinho só seu para fazer alguma coisa, já está tão cansado que acaba deixando para lá, voltando para a navegação aleatória pelas redes sociais ou pelos canais de televisão (ou tudo ao mesmo tempo agora), esperando pela tal inspiração divina e o momento certo, de preferência com a “cuca fresca”, para finalmente se dedicar. A péssima notícia é que esse tal “momento certo” nunca chegará, assim como também a inspiração não virá se você já não estiver literalmente transpirando sobre este projeto.

Quer exemplos? Quem não gostaria muito de viver como o mestre Stephen King, que escreve pela manhã, descansa à tarde e lê à noite? É óbvio que todos nós. “Ah, se eu tivesse esse tempo eu também seria o maior escritor do mundo”, irá dizer a maioria que já deixou o seu projeto de blog ou os seus sonhos enterrados por aí em algum canto. Ok, todos seríamos, mas muito antes desse nome representar alguma coisa na literatura mundial, vale lembrar que ele também já foi um projeto de escritor que trabalhava o dia todo, cuidava da família e escrevia (muito) noite adentro – e naquela época ainda não havia internet e muito menos a facilidade de guardar os arquivos na “nuvem”, que também sequer existia. Mudando das letras para a música, o baixista Gene Simmons trabalhava em dois empregos e ensaiava na madrugada com o Paul Stanley em outra banda antes de fundarem o KISS, pintarem os rostos e fazerem história. Ou seja: aparentemente nenhum dos dois tinha mais tempo do que eu ou você, mas eles faziam algo que lhes dava prazer e tinham muita vontade – e a vontade é diretamente proporcional ao tempo, pois quanto maior ela for mais tempo arranjaremos e vice-versa. Bastou a escrita e a música continuarem falando mais alto para que então, com muita disposição, eles colocassem a mão na massa e não sossegassem até conseguirem colocar estes projetos/sonhos, que sempre fizeram seus olhos brilharem, de pé. Ah, sim, ainda há o componente “talento” no meio desta história, mas isto ficará para outro artigo.

4- Administrar: de grão em grão a galinha enche o papo

A partir do momento em que você começar a colocar de fato a mão na massa, passará a entender mais claramente quais são os seus limites e então começará a administrá-los em função desta sua prioridade. Eu, por exemplo, descobri que para escrever um artigo gasto em média de 2 a 3 horas; Entretanto, como não tenho até 3 horas ininterruptas para escrever, comecei a quebrá-las em sessões de 15 minutos, encurtando meus almoços para ter sempre durante o dia pelo menos 15 minutos para escrever algo e, à noite antes de dormir, outros 15 minutos. Assim, já tenho no mínimo uns 30 minutos diários e, desta forma, estou conseguindo manter o ritmo de escrever e postar pelo menos um artigo por semana. Se conseguir mais tempo num dia, ótimo, já adianto pois no dia seguinte poderei não conseguir escrever nada. Ao fazer desta forma, não só estou conseguindo manter a minha meta inicial de um artigo por semana, como também já consegui criar também uma conta no instagram para publicar material complementar e outros insights que até poderão virar novos artigos. E se você possui um smartphone, então tudo ficará ainda mais fácil, pois conseguirá intercalar as atualizações entre o desktop/laptop e o smartphone sem perder mais tempo e nem o fio da meada.

A moral de toda esta história é que o tempo continuará sendo igual para todos, porém o grande diferencial será o quê você vai decidir fazer com ele. Se não houver pelo menos um projeto que te faça brilhar os olhos, involuntariamente você já terá ocupado todo o seu tempo com nada e seguirá reclamando que nunca tem tempo para fazer alguma coisa porque na verdade você não faz a menor ideia do que seria esta “alguma coisa”; caso contrário, certamente você achará alguma forma de transformar todo esse tempo morto em tempo útil, e chegará a mesma conclusão: tempo há, o que não há é vontade.

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7 Responses
  1. Marcos

    Parabens, gostei do artigo e sinceramente é um tapa na cara, tempo existe… agora a vontade….
    Obrigado…

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