“Aqueles que não acreditam na magia nunca a encontrarão”, dizia em inglês um desses posts motivacionais que recebi outro dia no whatsapp.
Deletei, fechei o aplicativo, e fui seguir com a vida, mas estranhamente a palavra magia permaneceu na minha cabeça.
E a palavra foi aos poucos se transformando na imagem da escritora J.K.Rowling e do seu filho mais famoso: Harry Potter.
Sorri.
Afinal, mais mágico que isso, impossível, né?
Coincidência ou não, e que talvez tenha deixado isto de prontidão no meu inconsciente, foi o fato de que na véspera havia indicado o recém lançado livro infantil dela para a minha sobrinha, que tinha pedido uma dica de presente para dar de Natal para a minha filha.
E, então, nem segui mais com a vida.
Meu cérebro começou a pensar em como a história de um bruxinho havia encantado (e ainda encanta) a vida de milhões de pessoas e virado esse colosso universal.
Dei um google rápido para tentar entender sobre quantos milhões de pessoas estávamos falando e quase caí para trás: mais de 500 milhões de livros vendidos.
500 milhões.
Sorri novamente e, mesmo com o celular na mão, bati palmas para ela – de verdade mesmo.
E aí um vídeo começou a passar na minha cabeça.
Era o jantar anual dos autores bestsellers… e eu estava lá.
De smoking.
– A sua mesa é aquela na frente do palco, ao lado esquerdo, e basta procurar o seu nome na plaquinha para saber qual é a sua cadeira.
Agradeci o recepcionista e me dirigi até lá.
Chegando na mesa redonda indicada, havia 5 lugares, sendo 4 já ocupados.
– Acho que é aqui – pensei, enquanto meus olhos discutiam entre confirmar o meu nome na tal plaquinha ou prestar atenção nas gargalhadas que o Stephen King estava dando com o George RR Martin bem à minha frente.
Era essa mesmo.
– Com licença – puxei a cadeira e prossegui como quem revê os velhos amigos: – Boa a noite a todos, tudo bem com vocês?
Ao meu lado esquerdo, um sorridente Paulo Coelho apertou a minha mão e deu um tapinha nas minhas costas.
Ao meu lado direito, a J.K.Rowling estendeu a mão, a qual peguei com todo o carinho, dei um beijinho e então me sentei.
Um garçom imediatamente apareceu para me perguntar se queria tomar vinho ou champanhe, e dei a resposta tradicional:
– Uma Coca-Cola, por favor.
Ele trouxe.
O Paulo Coelho, então, puxou a palavra e disse:
– Vamos fazer um brinde à J.K.Rowling e ao Eduardo, que estão lançando livros infantis novos.
Todos pegaram os copos, sorriram, disseram “saúde” e fizemos um brinde.
Sentamos.
– E então, “dear Ed”, como estão as vendas do seu novo livro? – a J.K.Rowling perguntou.
– Estão bem. Já vendi 50! – respondi empolgado.
– Uou! 50 milhões em duas semanas é um número fantástico! Parabéns! – disse um maravilhado Stephen King.
– Na verdade é só 50 mesmo. Não tem milhão, nem mil. Só 50 – respondi.
Silêncio.
Todos olharam para mim.
– Mas todos nós também já vendemos 50 livros, a diferença é que já fizemos isso várias vezes – disse o George, arrancando gargalhadas de todos e pedindo um novo brinde.
E então a imagem do jantar desapareceu, mas continuei sorrindo sozinho.
Afinal, vender 50 livros numa campanha criada de forma relâmpago e com um tempo de duração relativamente curto, na minha avaliação já é um sucesso.
E como o George bem disse, todos eles já venderam 50 livros.
Aproveitei, então, a razão do brinde que o Paulo Coelho havia feito – o fato concreto de que a J.K.Rowling e eu estamos com livros infantis novos – para fazer uns stories bem humorados para o instagram.
O mestre Dimitri Vieira foi um dos primeiros a ver, gostou e me sugeriu colocá-la também no Linkedin.
Por um momento fiquei pensando se aquela “fanfarronice”, em que brincava com a língua portuguesa me colocando ao lado da J.K.Rowling, faria algum sentido do jeito que estava numa rede como o Linkedin, mas resolvi ir no embalo assim mesmo.
E fez!
A publicação quebrou todos os (meus) recordes de audiência por lá e as vendas aumentaram em 50%! 🙂
Não virei bestseller e nem fiquei milionário, muito (mesmo) longe disso, mas fiquei feliz da vida não só com este resultado surpreendente, mas também pelo rumo que tudo tomou e com os feedbacks recebidos ao longo da campanha.
Afinal, como dizia o tal post do whatsapp que abriu o texto, “Aqueles que não acreditam na magia nunca a encontrarão”.
E eu, por acaso (?), encontrei.
E tive apoio.
E arregacei as mangas para fazer algo a respeito.
E agora estou seriamente desconfiado que a magia não só existe, como ela vive desde sempre dentro de cada um de nós.
E que acreditar nela, no final das contas, é acreditar em nós.
Então, ACREDITE.
E o resto é paisagem. 😉