4 passos para transformar o tempo morto em tempo útil e começar a produzir conteúdo

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Por Eduardo M. R. Lopes

Na semana passada fiz uma pesquisa no Linkedin para entender o porquê da maioria das minhas conexões ainda não publicarem nada por aqui.

And the winner is: TEMPO.

E isso vai de encontro a uma das perguntas que mais tenho recebido desde que montei o primeiro blog e comecei a escrever artigos:

– Como é que se consegue tanto tempo para escrever e atualizar?

Pois é, o X da questão não está em arrumar “mais tempo”, mas sim em aproveitar de uma forma melhor o (pouco) tempo que temos.

Logo, a pergunta é que está errada.

Mas a resposta, que é mais simples do que parece, será sempre a mesma: vontade e prioridade.

E vale para qualquer idade.

A rotina de um sem tempo

Nos aspectos gerais, minha rotina não é muito diferente da maioria da população que possui um emprego e que se dedica a ele com afinco – e que por isso mesmo já possui todo o tempo do dia comprometido de segunda à sexta.

Entretanto, como sou o dono da empresa, isto também significa alguns finais de semana comprometidos.

Além disso, tenho uma família linda para cuidar, com uma esposa e uma filha de 7 anos às quais me dedico de corpo e alma quando não estou no trabalho.

E isto significa tentar aproveitar o máximo possível o restante do tempo que sobrou com elas à noite durante a semana e nos finais de semana.

Fora isso, há ainda os cursos para aprimoramento (agora só online, né?), compromissos profissionais extras e outros tantos que vamos ajustando na agenda da melhor forma possível.

Ou seja, uma vida que em pouco difere da vida da grande maioria (com este mesmo perfil) e com praticamente o mesmo tempo (talvez, na média, até menos).

Logo, se você não é casado ou nem mora junto com alguém, não possui filhos (ou possui e não dá atenção) ou não mora com eles, na prática você já tem muito mais tempo do que eu.

Então, qual é o segredo?

Como veremos, não há segredo algum e a seguir mostrarei os 4 passos que têm funcionado bem para mim até aqui – tanto para escrever como para abraçar qualquer projeto pessoal.

1- Definir: o que de fato você QUER fazer?

Já reparou que as pessoas que mais dizem que estão sem tempo são as que paradoxalmente aparentam possuir mais tempo?

E isto é por conta de uma razão muito simples: elas realmente já estão bastante ocupadas fazendo rigorosamente nada.

Mas não quero dizer que o fazer nada seja algo ruim, muito pelo contrário.

É até necessário como forma de aliviar o stress e capturar mais inputs para nutrir a criatividade.

O problema reside justamente no “sempre” fazer nada, pois aí elas estarão presas dentro do círculo vicioso da inércia tal e qual o sapo na panela que já comentei neste artigo (clique aqui).

Enquanto não conseguirmos descobrir ou definir claramente o quê queremos fazer, que de preferência seja aquilo que nos dê prazer de verdade, acabaremos não fazendo rigorosamente nada.

E, o que é pior, continuaremos reclamando que não temos tempo para fazer coisa alguma.

Quer montar um blog ou começar a escrever por aqui também?

Mas você ACHA que quer ou quer mesmo DE VERDADE?

Se quer mesmo, de verdade, então olhe para o seu coração e pergunte-se:

– Por quê?

Essa resposta será a chave para validar o seu primeiro desejo e continuar no caminho ou então para deixar tudo isso para lá.

E está tudo bem.

O importante é que o primeiro passo já foi dado.

2- Priorizar: transformar o tempo morto em tempo útil

Uma vez que já está definido o que você irá fazer, tudo então começará a girar em torno desta nova prioridade.

Aos poucos você começará a perceber a quantidade de “tempo morto” que havia no seu dia e que, como num passe de mágica, começará a se converter em tempo útil.

Como?

Tomemos como exemplo escrever no Linkedin.

Se isto (escrever) deixa-o feliz e você está convencido que faz sentido compartilhar a sua experiência (o que é excelente, pois todos temos algo a ensinar), os seus banhos (como os meus) talvez nunca mais serão os mesmos.

Sabe aquele momento em que você fica ali cantando, tranquilo, com aquele barulhinho reconfortante da água caindo?

A partir de agora será natural, entre uma cantoria e outra, que você comece a divagar sobre alguma experiência no trabalho ou algo que tenha lido ou visto por aí.

Seu foco muda em função dos seus objetivos e algumas ideias iniciais começarão a surgir.

E aí será interessante manter sempre algo próximo em que se possa rascunhá-las para fazer logo DEPOIS de sair do banho e se secar/arrumar.

Pode ser um papel e caneta ou um smartphone.

O importante é anotar – e não julgar – as suas ideias.

Você, então, já está arrumado e preparado para sair, e aí encontrará o tempo morto que se gasta de locomoção na ida e volta do trabalho/faculdade para casa através de ônibus, carro ou trem.

É muito provável que, ao logo desse trajeto, sua mente volte a pensar sobre os rascunhos que foram anotados após o banho ou então surjam novas ideias.

E continuará tomando nota – encorpando e dando cara ao seu conteúdo.

Com o Covid e a obrigatoriedade do home-office em muitos países, essas atividades de ir e vir poderão até ter desaparecido momentaneamente para alguns, mas o tempo não.

Se gastava uma hora para ir e outra hora para voltar do trabalho, que tal usar apenas meia hora por dia destas duas horas que eram “perdidas” e desenvolver esses rascunhos?

O mesmo vale para as salas de espera de consultórios médicos e afins, quando saímos do piloto automático e deixamos de ficar fuçando a vida dos outros no Instagram, trocando memes e postando imagens/vídeos de gosto duvidoso pelos Whatsapp da vida afora.

Não importa se esse tempo é muito ou pouco, mas sim o que passaremos a fazer agora com ele.

Será nesse momento que começaremos a virar o jogo do tempo ao nosso favor, mas a partida ainda não está ganha.

3- Fazer: a vontade é diretamente proporcional ao tempo

Agora que vimos que é possível converter grande parte deste chamado “tempo morto” em tempo útil para, no mínimo, começar a estruturar/rascunhar ideias para textos e artigos, chegou a hora de arregaçar as mangas e fazer.

E é justamente aqui que encontraremos o grande cemitério dos sonhos & projetos.

Afinal de contas, fazer cansa (e muito!) e você (assim como eu) já têm outras atividades que te consomem a maior parte do tempo.

E vivemos ocupados.

Sobrecarregados.

Demandados.

Quando finalmente conseguimos uma janela de tempo só nosso para fazermos o que quisermos, já estamos tão cansados que o texto ficará para depois.

– Agora não, pois não estou inspirado – a voz do diabinho que há no seu cérebro irá ecoar pela sua cabeça.

Então voltaremos para a navegação aleatória pelas redes sociais ou pelos streamings da vida (ou tudo ao mesmo tempo agora), e ficaremos esperando pela tal inspiração divina e o momento certo, de preferência com a “cuca fresca”, para finalmente nos dedicarmos.

A péssima notícia é que esse tal “momento certo” nunca chegará, assim como também a inspiração não virá se você já não estiver literalmente transpirando sobre este projeto.

Quer exemplos?

Quem não gostaria muito de viver como o mestre Stephen King, que escreve pela manhã, descansa à tarde e lê à noite?

É óbvio que todos nós.

“Ah, se eu tivesse esse tempo eu também seria o maior escritor do mundo”, irá dizer a maioria dos que já deixaram os seus rascunhos de livros ou textos enterrados por aí em algum canto.

Entretanto, vale lembrar que muito antes do nome Stephen King representar alguma coisa na literatura mundial, ele também já foi um projeto de escritor que trabalhava o dia todo, tinha filho pequeno para criar e escrevia (muito) pela noite adentro.

Todos os dias.

Repetindo: TODOS OS DIAS.

E naquela época ainda não havia internet e muito menos a facilidade de guardar os arquivos na “nuvem”, que também sequer existia.

Mudando das letras para a música, o baixista Gene Simmons trabalhava em dois empregos (repetindo: DOIS empregos) e ensaiava nas madrugadas com um tal de Paul Stanley numa banda obscura em Nova York.

Até o dia em que resolveram montar uma nova banda chamada KISS, pintaram os rostos e fizeram história no mundo da música e do marketing.

Ou seja: aparentemente nenhum dos dois tinha mais tempo do que eu ou você, mas eles faziam algo que lhes dava prazer e tinham MUITA vontade.

E a vontade é diretamente proporcional ao tempo, pois quanto maior ela for, mais tempo arranjaremos (ou melhor ocuparemos) e vice-versa.

Bastou a escrita e a música continuarem falando mais alto para que então, com uma disposição realmente invejável (no bom sentido), eles colocassem a mão na massa e não sossegassem até conseguirem colocar estes projetos, que faziam seus olhos brilharem, de pé.

Ah, sim, ainda há o componente “talento” no meio desta história, mas isto será papo para outro artigo, né? 😉

4- Continuar: de grão em grão a galinha enche o papo

A partir do momento em que você começar a colocar a mão na massa, passará a entender mais claramente quais são os seus limites e então começará a administrá-los em função desta sua prioridade.

Eu, por exemplo, descobri que para escrever um artigo gasto em média 3 horas.

Entretanto, como não tenho até 3 horas ininterruptas para escrever, comecei a quebrá-las em sessões de 15 minutos, encurtando meus almoços para ter sempre durante o dia pelo menos 15 minutos para escrever algo e, à noite antes de dormir, outros 15 minutos no smartphone.

Assim, já tenho no mínimo uns 30 minutos diários e, desta forma, estou conseguindo manter o ritmo de produzir e postar textos, artigos e também dar andamento em meus livros.

Se conseguir mais tempo num dia, ótimo; já adianto, pois no dia seguinte poderei não conseguir escrever nada.

E está tudo bem.

Ao fazer desta forma, não só estou conseguindo manter a minha frequência de publicações, como – e o que é mais importante – estou confortável com este novo ritmo que criei.

Com o tempo isto se tornará um processo natural e então você se dará conta do quão é importante, dia após dia, ir construindo uma pecinha de cada vez no seu novo quebra-cabeça.

Ao final de uma semana, quando se der conta, ele já estará todo montado, bonito e prestes a ser mostrado para o mundo.

De grão em grão a galinha enche o papo – literalmente, né?

Moral da história

A moral de toda esta história é que o tempo continuará sendo igual para todos, porém o grande diferencial será o que decidimos fazer com ele – o tempo todo.

Se não houver a dupla “o que?” e “por que?” fazendo seus olhos brilharem e o convocando para a ação, involuntariamente o restante do seu tempo já terá sido ocupado com… nada.

E fazer nada cansa.

Aí seguirá reclamando que nunca tem tempo para fazer alguma coisa, quando na verdade não faz a menor ideia do que seja essa tal “alguma coisa”.

E o tempo, implacável, continuará passando.

Até o dia em que descobrirá e achará (como eu) uma forma de transformar todo esse tempo morto em tempo útil.

E chegará à mesma conclusão: tempo há, o que não havia era vontade e prioridade.

Não mais, né? 😉

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Português que nasceu em Moçambique, foi criado no Brasil, empreendeu em Portugal e agora está de volta ao Brasil para continuar ajudando as pessoas a transformarem o conhecimento em um negócio/produto de valor.

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2 Responses
  1. Conceição Lopes

    É isso Eduardo, o difícil é resolver e fazer.
    Parabéns por tudo que escreves e continua mesmo que seja faseado mas terminas e o fazes muito bem.
    Que Deus te guie e ilumine sempre e acredito que muitos gostam do que escreves.
    Bjs

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