Você lustra ou ilustra a cadeira?

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Por Eduardo M. R. Lopes

Desde que saímos das cavernas, onde o único sonho parecia ser o de permanecer vivo por mais um dia, a humanidade tal e qual a conhecemos parece estar dividida em dois tipos de pessoas: as que sonham e trabalham incansavelmente para que os SEUS sonhos se transformem em realidade, e as que sonham e trabalham incansavelmente para transformar os sonhos dos OUTROS em realidade.

Pois é, como você já deve ter percebido, a vida não está fácil para ninguém e, independente de estar no primeiro ou no segundo grupo, trabalhar incansavelmente é a única certeza que temos desde que somos obrigados (a bem ou a mal) a correr atrás do nosso ganha-pão. E então lá vamos nós, correndo e trabalhando incansavelmente, na grande maioria das vezes num emprego que não é bem o dos sonhos de ninguém, e nos pegamos pensando (literalmente) na vida – ora questionando sobre o “o quê que estamos fazendo aqui?”, ora respondendo enfaticamente que “não nascemos para isso”Aí vibramos como se estivéssemos comemorando um gol em final de campeonato quando o relógio bate o horário de saída e temos convulsões quando o relógio desperta no dia seguinte para mais um (triste) dia de trabalho. Que tortura, hein?

O grande problema nessa situação, para variar, não é e nem nunca será o lugar aonde estamos e muito menos a posição que ocupamos, pois estes serão (e deverão ser sempre encaradas como) temporários; mas sim responder a questão crucial: “para onde deveremos ir?”. Se a resposta for um vago “não sei”, haverá uma tendência rumando ao infinito que tanto dentro como fora do horário do expediente estes tipos de pessoas fiquem reclamando para os quatro ventos dos trabalhos sem vergonha que são obrigados a fazer e dos chefes babacas que são obrigados a aturar. Entretanto, se não possuem a menor ideia do que deveriam estar fazendo e nem para onde deveriam ir, sabe o que terminarão fazendo? Arranjarão outros trabalhos sem vergonha para fazer com outros chefes babacas para aturar! E assim será até o dia em que finalmente se aposentarem, quando então terão todo o tempo do mundo para comerem amendoim e jogarem baralho na pracinha, recordando para os amigos dos causos com todos os chefes babacas que elas tiveram que aturar e dos trabalhos sem vergonha que foram obrigadas a fazer ao longo de toda uma vida. Triste, hein?

Se você se enquadra neste grupo de pessoas do exemplo acima, meus pêsames, pois você é mais um desses que vai passar pela vida LUSTRANDO as cadeiras por onde passa, e que ainda não percebeu que de nada adiantará ficar pulando de galho em galho porque na verdade você só estará mudando o problema – no caso, VOCÊ – de lugar. Enquanto não descobrir e ter a certeza do quê de fato te faz brilhar os olhos (tanto na carreira como empreender em um negócio próprio), infelizmente você jamais conseguirá achar o caminho que te levará até a realização dos seus sonhos, até mesmo porque muito mais importante do que velocidade é a direção para onde se deveria correr.

Somente quando tiver essa certeza da direção e então começar a estudar e trabalhar de fato para que as coisas aconteçam, as peças começarão a se encaixar (os que muito chamarão de mágica ou sorte), uma vez que todos os desafios que irão aparecendo pelo caminho (trabalhos sem vergonha e chefes babacas, por exemplo) passarão ser encarados como fontes de aprendizado (e de fato serão) para o algo maior que você está buscando – se é que você está buscando alguma coisa; pois caso contrário, ainda haverá muitas cadeiras para serem lustradas pela frente.

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2 Responses
  1. Eduardo Tarazona

    Remar sempre, mas concentrado no objetivo e mantendo um ritmo que te permita seguir sem parar… pois a direção é mais importante que a velocidade, certo Edu?

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