Por Eduardo M. R. Lopes
Dentro da semana de educação promovida pela Ticket, tive a honra de assistir à palestra do mestre Luciano Pires, que para aqueles que não associaram o nome à pessoa, é a lenda viva que comanda o genial podcast Café Brasil e que também é o autor do livro Meu Everest (entre outros). Sua palestra, aliás, foi justamente sobre como realizar os sonhos, tendo como pano de fundo essa “aventura maluca” que o então bem sucedido executivo resolveu fazer para realizar um antigo sonho de criança (ir ao Everest) e que acabou mudando (para melhor) o rumo de toda a sua vida.
Enquanto ele ia narrando essa intrépida aventura, vinha à minha mente a clássica música “Prelúdio” do eterno Raul Seixas, aquela mesma que diz que “Sonho que se sonha só / É só um sonho que se sonha só / Mas sonho que se sonha junto é realidade”, e passei a perceber então, que mesmo com a belíssima melodia e com toda essa poesia contida em apenas três versos, ou o Raul estava errado ou ele apenas não conseguiu achar mais poesia para finalizar melodicamente a letra, que aparentemente ficou incompleta. Em nome da arte e da memória do grande Raul, tendo a ficar com a segunda hipótese, pois no mundo real um sonho que se sonha junto não é realidade, mas sim é apenas e tão somente uma decisão – e o fato de se tomar uma decisão não muda rigorosamente nada, como bem lembrou o Luciano. Decidir emagrecer, decidir mudar de emprego ou decidir ir para a China, por exemplo, são apenas decisões de sonhos sonhados (a sós ou acompanhados) que tendem a nunca se realizarem, pois o que irá tirar de verdade o sonho de dentro do “sonho” para começar a transformá-lo em realidade é o simples ato de acrescentar uma data (dia/mês/ano ou só o ano ou só o mês/ano) a ele. Parece óbvio (e é mesmo!), mas só desta forma é que o que era apenas um sonho se transformará numa meta e, para alcançar essa meta, como todos já estão carecas de saber (pelo amor ou pela dor) de acordo com as realidades distintas vividas nesse mundão corporativo sem porteiras, precisamos traçar logo um plano de ação para fazer as coisas acontecerem. E assim elas invariavelmente acontecerão, ou se não acontecerem exatamente como previsto e idealizado com todas as cores possíveis, no mínimo o aprendizado adquirido nessa jornada já terá valido à pena por nos ter tirado da inércia e aberto novas portas que jamais teriam sido abertas se tivéssemos continuado apenas sonhando (a sós ou acompanhado).
A atitude, portanto, muito mais do que uma palavra-chave, será o diferencial entre a satisfação pela realização e a amargura que irá corroer para sempre a nossa alma à noite com o tal do “ah, como eu queria um dia”. Afinal de contas, uma coisa é certa: a rotina do dia a dia sempre nos empurrará com seu variado turbilhão de problemas para debaixo dos tapetes da vida; entretanto, ainda assim caberá a cada um de nós decidir se continuaremos apenas e tão somente levantando a cabeça para nos recompor e catar os caquinhos (que sempre existirão, diga-se de passagem, em maior ou menor escala) ou se nos permitiremos, entre um empurrão e outro, olhar para o alto e pular por alguns instantes para o sofá para desfrutar com prazer de algum sonho realizado até que o próximo turbilhão de problemas apareça para nos jogar de novo para debaixo do tapete.
A decisão será sempre nossa, mas sem atitude o sonho jamais deixará de ser apenas um sonho sonhado (a sós ou acompanhado).
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