A verdade está lá fora

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Por Eduardo M. R. Lopes

Num mundo dominado por tantas tecnologias e o acesso (aparentemente) sem limites às informações que fazem com que qualquer criança se ache o supra sumo do conhecimento por saber fazer meia dúzia de pesquisas nos googles da vida, é quase uma dádiva rever os nossos velhos amigos Mulder e Scully, do eterno Arquivo X, de volta às telas firmes, fortes e mais inteiros do que nunca para relembrar para mais algumas gerações que, apesar do passar do tempo e dos avanços tecnológicos, a verdade ainda continua lá fora.

Digo isto, pois também acabei usando esta clássica frase como mote e desfecho numa palestra que apresentei no XI Marketing Meeting da USP em maio/15, onde tive a oportunidade de mostrar para os alunos da graduação um estudo de caso real do qual participei que comprovava a importância de uma bem definida (e implementada!) estratégia de marketing como alavanca para crescer (neste caso, mais de 10 vezes em volume de faturamento em 5 anos) em mercados “aparentemente difíceis” – sim, entre as aspas, pois aparentemente todos os mercados ou são difíceis ou são muito difíceis, mas fácil certamente nenhum é. Até mesmo porque, seguindo o exemplo do futebol e a sua “velha nova máxima” de que “não existem mais bobos no futebol”, de uma forma em geral nos mercados também têm acontecido a mesma coisa em escala global, pois o aumento da profissionalização, o acesso às tecnologias, a quebra constante de paradigmas e a mudança (em maior ou menor velocidade) da cultura vêm provocando profundas transformações em todas áreas, provocando a sensação (real) de que estamos pisando numa gigantesca areia movediça. E isto reflete-se não só no desaparecimento de antigos e (até então) consolidados mercados, como também no surgimento de novos, derrubando players dos mais variados tamanhos e trazendo a reboque para o jogo novos concorrentes que atuavam em áreas aparentemente tão díspares que não constavam nos radares dos tradicionais mapas de concorrência.

Diante deste quadro, o fator humano continuará sendo a peça fundamental tanto para desbravar esses novos mares dantes nunca navegados como também para invadir outros mares aparentemente inavegáveis, mas de nada adiantará o sujeito ficar sentado atrás da tela dos computadores e afins, bem ali no conforto de um escritório ou de home-office da vida, se tudo o que está sendo feito não estiver sendo validado com que mais interessa: os futuros clientes. Pesquise bastante sim, prototipe também, mas nunca fique confinado atrás de quatro paredes sem estar perto do seu público-alvo, até mesmo para validar (ou não) as hipóteses, revisar antigas percepções e colher novas, e assim entender o quê de fato está acontecendo não só no dia a dia de quem usa ou estaria pré-disposto a usar, bem como se apropriar melhor do ambiente que os cerca e captar melhor estas nuances que nunca são ditas.

Tirar a bunda da cadeira, portanto, já deixou de ser opcional e passou a ser mandatório para os profissionais que de fato querem estar um passo a frente, muito embora isto dê (muito) trabalho, mas em compensação os resultados serão muito mais eficientes (como no exemplo do case desta palestra). E, no final das contas, todos acabarão constatando o óbvio que o Mulder já constatou há muito tempo: que a verdade não só está lá fora, como também é preciso muita determinação para ir atrás dela – e os resultados, invariavelmente, serão surpreendentes.

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