É curioso como costumamos associar a palavra coragem aos “atos heróicos” da nossa vida, aqueles de proporções épicas, e menosprezamos os atos corriqueiros do dia a dia.
Fazer um post ou gravar um vídeo, por exemplo, para quem nunca fez ou não tem o hábito é tambem um (grande) ato de coragem.
Lembrei disto ao assistir à excelente palestra da Brené Brown, que está no Netflix, quando ela contou uma história da filha, que era nadadora, mas que não gostava dos 100m borboleta.
Até que o treinador resolveu colocá-la para competir justamente nos 100m borboleta.
A menina entrou em crise, não dormiu, chorou a noite toda na véspera do evento e a mãe até achava que ela não fosse competir.
Entretanto, na hora marcada, surpreendentemente ela não só apareceu na piscina, como pulou na água e foi até o final, chegando em última – mas bem última mesmo.
Todos no ginásio com certeza acharam que o desempenho dela foi um grande fracasso (e, para efeito de competição, foi sim), mas ninguém fazia ideia do que ela tinha passado só para estar ali.
Ou seja: o resultado, de acordo com o posto de vista, é completamente diferente.
Depois de tudo, só o fato dela ter aparecido na piscina foi sim um grande ato de coragem, assim como ter nadado e chegado até o final.
Independente do que outros acharam ou deixaram de achar, das piadas que com certeza correram nas arquibancadas, para ela foi uma grande vitória.
A moral da história é que só nós é que sabemos o tamanho dos nossos desafios e é justamente por isso que devemos comemorar cada “pequeno” ato de coragem que acrescenta mais uma “pequena” vitória à nossa vida.
E é o somatório de todas essas coisas aparentemente pequenas que nos levará às conquistas grandiosas.
Quanto aos outros, bem, como cantava a Paula Toller, “os outros são os outros e só”.
Quanto à mim, na semana passada você deve ter visto mais um ato de coragem e outra “pequena” vitória, que foi o lançamento do inspiratiON CLUB.
E o que é mais curioso é que a maioria das pessoas que se encontraram comigo, além de (obviamente) dar os parabéns, queriam saber quantas pessoas já tinham se inscrito.
Ou seja, o resultado.
Num primeiro momento, ninguém pareceu se importar muito com a minha alegria ao conseguir juntar uma paixão (livros), uma habilidade (comunicação) e uma oportunidade no mercado (falta de tempo/sede de desenvolvimento) para criar algo pioneiro (?!?) para atender a esse nicho.
Assim como também ninguém pareceu se importar em como o inspiratiON CLUB se encaixa na estratégia que montei para a minha carreira.
Ou na estratégia que estou construindo para que a nossa comunidade se desenvolva cada vez mais e fique cada vez menos refém das redes sociais.
E esse é o ponto: ninguém se importa.
Comigo ou contigo, ninguém se importa.
Mas todos parecem se importar (muito) com a quantidade de seguidores/alunos/vendas dos outros, como se só esse é que fosse o único parâmetro de sucesso possível.
Se eu falasse que era 1, 10, 100 ou 1.000 a vida deles iria mudar em alguma coisa?
Pois é.
Na prática é como se esses números representassem aquele sujeito (“guru de marketing digital”?) dentro na piscina que fala: “pode mergulhar que a água está quentinha”.
E ela até pode estar mesmo quentinha, mas o problema é continuar insistindo em olhar apenas para essa métrica para decidir se também irá em frente ou não.
A motivação não deveria nunca ser “fazer algo porque está bombando” ou “porque o outro fez e deu certo (?!?)”, mas sim fazer porque se encaixa na estratégia que você montou para chegar até o seu objetivo.
E esse é o outro ponto: qual é o seu objetivo?
Aliás, quantas pessoas te perguntaram isso (incluindo você mesmo) neste ano?
Pois é.
E de novo: tanto faz porque aparentemente ninguém se importa.
Entretanto, como ainda valorizo bastante as pessoas que me acompanham por aqui, esta também foi uma das razões pelas quais criei o clube.
Para ajudar as pessoas a deixarem de se iludir pelo “sucesso” dos outros e conseguirem criar, executar e serem felizes dentro dos seus próprios parâmetros de sucesso.
Para pularem na piscina não porque a água está quentinha, mas sim porque é necessário.
E, se pularem, para irem de peito aberto e conseguirem chegar até o final.
E abrirem um sorriso de orgulho.
E vibrarem.
Até porque, independente do que os outros estejam gritando lá nas arquibancadas, só nós é que sabemos e que podemos definir qual é o tamanho da nossa vitória.
“Os outros são os outros e só”, como cantava a Paula Toller.
Um brinde aos nossos atos de coragem e às nossas vitórias!
E vamos que vamos! 😉
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Foto que ilustra o primeiro texto: Jeff Dunham (Unsplash)
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