Onde a curiosidade reina, o medo não se estabelece e as coisas acontecem

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Há uma frase atribuída ao grande escritor Honoré de Balzac que diz que “o homem começa a morrer na idade em que perde o entusiasmo”.

Lembrei disso do alto do meu entusiasmo, enquanto limpava as estantes de livros, bonecos e canecas, quando esbarrei com um dos meus livros preferidos de todos os tempos, que por acaso também é dele: “Ilusões perdidas”.

Ali ele conta a história de um camponês que queria ser escritor e que, através de um namoro com uma mulher nobre, muda-se para Paris e consegue fama e dinheiro até que a sua falta de princípios chega para lhe cobrar o preço.

Como acontece com os princípios, que são vitais para a construção (ou destruição) da nossa carreira, o entusiasmo também é.

E ele costuma aparecer com força quando nos envolvemos em novas experiências, que por sua vez só serão despertadas a partir da curiosidade.

E onde a curiosidade reina, o medo não se estabelece e as coisas acontecem

Muito embora o medo nunca irá desaparecer por completo, a curiosidade o colocará no bolso e nos levará a dar um passo adiante – apesar dele.

O problema é justamente o contrário, quando a curiosidade se transforma em medo, e aí travamos por completo.

Sabe aquela tradicional nuvem de marasmo que estaciona em nossa vida, em muitos casos até por nossa culpa mesmo?

Pois é.

Como naquela música do Pink Floyd que diz:

“And then one day you find

Ten years have got behind you

No one told you when to run

You missed the starting gun”       

A solução, então, é nos envolvermos com coisas que nos instiguem a dar um novo passo adiante.

E nem é necessário aquele radicalismo romântico de internet de jogar tudo para o alto, pois ninguém precisa largar do emprego para começar a pôr prática algum projeto paralelo.

Os tais planos B, C ou D, que surgem sempre com um E SE?

E SE eu começasse a prestar consultoria para pequenas empresas?

E SE eu começasse a mostrar os poemas que tenho escrito?

E SE eu começasse a vender os doces que tenho feito?

E SE?

Pois é, pequenos desafios que talvez até poderão assumirem um papel de destaque em nossas vidas, mas que por hora não custam praticamente nada para saírem do papel.

Como um projeto muito legal, que está crescendo rápido e que tem me ensinado tanto, além de abrir novas possibilidades.

E que me “custou” a bagatela de 4 horas num final de semana.

Trata-se do gelotí , que se você andou pelo Linkedin ultimamente, já deve ter visto o barulho que eu e a galera que entrou na primeira edição começamos a fazer desde a última sexta-feira.

– Ôpa! Geloquê?

gelotí

É uma publicação literária coletiva e uma premiação dos melhores textos publicados em 2020 pelos alunos do curso de Escrita Criativa & Storytelling do Dimitri Vieira.

E que surgiu a partir de uma piada despretensiosa – como quase tudo que é interessante, né?

No grupo exclusivo dos alunos no telegram, discutíamos sobre o grande Matheus de Souza não ter ganho o prêmio Jabuti (o mais importante da literatura brasileira) com o seu maravilhoso livro “Nômade digital: um guia para você viver e trabalhar como e onde quiser”.

Piadas e trocadilhos surgiram e aí o incrível Thiago Dalleck inventou o nome “geloti”, que já era a junção de uma piada interna envolvendo o Gelo com o prêmio Jabuti.

Sugeri que ele fosse um e-book reunindo os melhores artigos de 2020, no estilo do consagrado livro Granta, que traz semestralmente uma curadoria de artigos de escritores diferentes sobre um mesmo tema.

O pessoal se empolgou e assim surgiu a ideia de fazermos o e-book e a premiação.

Só faltava tirar essa ideia do papel.

Propus, então, fazer a edição (as tais 4 horas que gastei) – leia-se pegar todos os 16 textos finalistas (a escolha foi do Dimitri), copiar tudo para o word, tirar todas as fotos e gifs animados, deixar tudo com a mesma fonte e tamanho, incluir a foto e ajustar o texto de perfil.

Aí um timaço estrelar, além do próprio Dimitri Vieira, incluindo a Paty CozerErivaldo CarneiroThiago DalleckRomulo Freitas e o Maicon Moura se prontificaram, cada um com a sua maestria, a contribuir para que o projeto ganhasse vida.

E ganhou! 🙂

Na próxima sexta-feira (dia 30/4) às 19h (Brasil), será feita uma live onde serão entrevistados e anunciados quais foram os 3 melhores artigos dos 16 que estarão no e-book (escolhidos por 5 Linkedin Top Voices), além de mais histórias sobre os bastidores do gelotí e, é claro, o lançamento oficial desse e-book precioso.

Clique aqui para receber o e-book.

– Caramba, Eduardo, muito bacana isso, hein?

Pois é, mas o importante aqui é deixar claro que tudo começou com uma decisão.

Quando o Thiago fez a piada do “geloti”, ao invés de botar pilha eu poderia muito bem ter ficado quietinho na minha, e o assunto talvez tivesse morrido após algumas piadas ou então poderia ter ido adiante assim mesmo.

O fato é que, de um jeito ou de outro, teria perdido essa baita oportunidade de aprendizado com essas feras aí de altíssimo nível sobre a produção de um projeto incrível como este.

E que eu nunca tinha participado até então.

Essa é a moral da história

Se alguma ideia te deixa curioso (individualmente ou em grupo), não se finja de morto, principalmente quando isso só requer um pouco de tempo para execução.

Vista a camisa do E SE? e deixe a curiosidade te guiar, que logo o entusiasmo aparecerá – como ainda estou entusiasmadíssimo até agora.

Isto é o tal colocar-se em movimento com pequenos desafios, que poderão se transformar em grandes realizações, mas que sempre acabam gerando novos aprendizados, novas conexões e abrindo novas possibilidades.

Afinal, gelotís passam sobrevoando pelas ruas, pela nossa cabeça, pela timeline e também pelos grupos de whatsapp/telegram da vida o tempo todo.

Só depende de cada um prestar atenção e decidir o que quer fazer a respeito.

E, ao decidir fazer, que o faça com atitude e com o coração.

O resto é paisagem. 😉

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Português que nasceu em Moçambique, foi criado no Brasil, empreendeu em Portugal e agora está de volta ao Brasil para continuar ajudando as pessoas a transformarem o conhecimento em um negócio/produto de valor.

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