
(a criatividade começa onde termina a imitação)
Quando comecei a publicar minhas primeiras crônicas na internet há 25 anos…
– PARA, EDU!
– O que foi?
– 25 anos?!?
– Sim, 25 anos. Você leu certo.
– Já temos internet há esse tempo todo?
– Pois é, o tempo passa rápido, né?
Confesso que também tomei um susto, mas neste caso não há como errar a contagem, pois foi no dia 25 de março de 2000 que nasceu o site CASACA!, do qual fui um dos fundadores, e já contei aqui parte desta história.
Resumidamente: três sujeitos, que se conheceram no fórum de discussão de futebol do UOL, que resolveram criar um site sobre o Vasco para servir de contraponto sobre o que a imprensa não mostrava ou falava mal (e como!) do clube, além de abrir um espaço inovador na época: 7 colunistas vascaínos, um em cada dia da semana, abordando algo sobre o clube (não só o futebol) e desmentindo coisas que a imprensa gostava de escrever.
(o Vasco nessa época não tinha site oficial, que acabou sendo criado pelo nosso grupo anos depois, assim como o apelido de “flapress” foi inventado e repetido por mim em quase todas as colunas, e fiquei surpreso ao descobrir que ele é usado até hoje por youtubers e afins).
E, para ser exato, no dia 28/3/2000 escrevi a minha primeira coluna ali, mas não fiquei só nisso.
Como havia o Yahoogrupos com os seus grupos de discussão por e-mail (os grupos de whatsapp de hoje), eles também tinham uma ferramenta para enviar para um grupo de e-mails, mas com respostas apenas para a pessoa que enviou.
– Uma newsletter?
Sim, eram os primórdios do e-mail marketing e da newsletter raiz, e então embarquei não só para testar o modelo, como também para ajudar a divulgar as minhas colunas e, por tabela, o nosso site.
E, durante algum tempo, a carinha dela foi essa:



Nesta captura de imagem ela já estava há um ano no ar, mas ficou ativa até 2006 com 265 colunas publicadas, chegando a ter mais de 3 mil assinantes – e eu saí do CASACA! em 2008.
Por isso que não consigo esquecer a data exata de quando “nasci” oficialmente na internet, muito embora já estivesse acessando desde 1996.
Mas voltando ao início, quando comecei a escrever não gostava nem do formato e muito menos do que escreviam os colunistas esportivos “consagrados” daquela época.
Entretanto, já era fã de um grande autor, que por acaso foi um gigante da crônica esportiva: Nelson Rodrigues.
E não tive dúvidas: devorei tudo (ou quase) que ele escreveu nas páginas esportivas e, em vários momentos, as minhas crônicas esportivas acabaram tendo a mesma estrutura e o tom que o Nelson utilizava.
Era a minha verdadeira flor de obsessão.
Hoje é tudo muito mais fácil: basta entrar no chatgpt e pedir uma crônica esportiva a la Nelson Rodrigues com um ou outro detalhe, e voilà: em 10 segundos ela estará pronta para ser copiada e colada.
(corta para o Linkedin e já vemos um festival de copy/paste, mas aí é papo para outra ocasião)
Mas na época não, então comecei a apelidar os jogadores, adjetivar sem medo de ser feliz e abusar de analogias, além de trazer as conversas para dentro do texto como ele fazia.
E, de tanto copiar, aos poucos comecei não só a experimentar, como também a incluir várias formas do meu próprio jeito de comunicar com as pessoas para fazer uma nova sopa de letrinhas.
E, então, a mágica aconteceu.
O que em determinados momentos não passava de uma cópia do Nelson, com o tempo acabou virando o estilo de escrita do Eduardo.
Sem perceber, a imitação foi abrindo as portas para a criatividade.
E esse é o exercício mais básico e útil para começar a criar o que quer que seja: pegar o que te chamou atenção em algo que você viu ou em que você admira e adaptar para a realidade que você quer construir.
Isso vale para tudo e em qualquer área, pois o que te inspira nunca irá te definir, mas o que você fará com isso sim.
Uma refência não é um atalho e nem o destino final, mas sim o combustível que te levará até lá.
Como o Iron Maiden fez com a capa da revista Metal Hurlant para criar uma das mais icônicas capas entre os seus álbums.

Ou como a banda Degradee fez com outra capa icônica do mesmo Iron Maiden, muito embora a arte final tenha ficado meio que 8 ou 80.

Até porque se nunca foi tão fácil roubar como um artista (salve, Austin Kleon!), então ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão, né?
Enfim, inspire-se com as suas referências e mãos à obra para criar o que só você poderá fazer, mas só não plagia-copy-paste porque aí é crime.
Um grande abraço e vamos que vamos! 😉
Eduardo Lopes
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Foto da capa: Nechama Lock
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O maior festival colaborativo de criatividade do planeta está chegando e será uma honra dividir o palco com o Renan De Almeida Campos no dia 23/4 para falarmos sobre “Pense diferente: como a criatividade e a inovação moldam o mundo”.
Se você mora em Jundiaí ou nas cidades vizinhas, chega mais (entrada gratuita) para conhecer a programação e participar deste evento, que a Fabi Pincinato está organizando com todo o carinho.
Se você mora em outra cidade, entre no site da World Creativity Day e veja se o WCD acontecerá por lá também (já mais de 50 cidades participantes).
Participe, divulgue e faça parte dessa onda criativa.
Te vejo lá! 😉
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Precisando da minha ajuda para fazer acontecer?
Poderei ajudar destas 3 formas (clique no link):
– Palestras para injetar doses de inspiração, criatividade e atitude nos colaboradores da sua empresa.
– “Tire o elefante da sala”, livro para ajudar a quebrar o círculo vicioso da inércia e tirar os projetos do papel.
– “Da ideia ao negócio”, mentoria que é para quem está cheio de ideias, mas que está inseguro e não sabe por onde começar para desengavetar seus projetos.
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